quarta-feira, 2 de maio de 2007

Ode ao frio

Quarta-feira chuvosa e nada de esfriar, apesar da chuva. Gosto de dias nublados e frios. Não gosto de sol, só no inverno que é interessante, mas mesmo assim ele não consegue me atrair muito. Dias de sol são normalmente quentes. Eu não gosto de calor, fico suando, odeio suar. Gosto de vestir roupas quentes. Uma camiseta branca, uma blusa de lã, um casaco ou blazer... As pessoas ficam mais bonitas no inverno, o que me enche, e me dá uma aparência chata são as caspas. Agora talvez elas não me encham a paciência, eu quase raspei todo o cabelo, na minha estúpida cabeça não sei porque eu associei o fato de que ter cabelo curtinho é um motivo para a caspa ficar com vergonha de viver em uma cabeça com tão pouco cabelo e cair fora para procurar os vários cabeludos e cabeludas que estão à toa por aí.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

THC

Tu já fumou tua maconha hoje? Se não, o que está fazendo aí parado? Te mexe. À época é outra, ou tu não sabia, legalizaram a maconha, agora todo mundo pode fumar 'a lá vonte' em qualquer lugar, menos em lugares fechados, pois vigora a mesma lei do cigarro aos fumantes de maconha. Está na hora de tu se ligar, não precisa mais correr no bêco para pegar o fumo, não precisa mais ficar com medo de tomar 'atrack' da polícia, não precisa mais esconder o baseado em lugares estranhos. Fume por aí, em dia claro, no centro, baforege ao ar ou na cara das pessoas. Seja tu mesmo, vamos, fume, não precisa mais se esconder. Mas ué? O que estás me dizendo? Que não quer mais fumar maconha? Eu te conheço há anos, o que deu em ti? Hã, agora entendi. Tu quer dizer que não fumará mais pois não tem mais graça fumar, afinal de contas, agora que legalizaram não tem mais graça? Mas, que graça há em fumar maconha? Ser contestador do sistema? Bater de frente com os pais? Ser o legalzão da turma? Não há mais opções, pois como tu mesmo me disseste, que não é apenas para dar um ar diferente para a cabeça, é o negócio da contestação, é eu sei. Quantas pessoas fumam maconha sozinhas? As que ouviram falar que é bom para ajudar a diminuir os tumores malígnos? Ou as estressadas com a correria do dia a dia? Ou também aquelas que fumam por gostar de fumar? Eu queria te falar que fui ontem a um show de rock aqui onde eu moro. Conto que havia maconha, ela era um troféu que passava de mão em mão como aqueles que são passados pelos jogadores quando festejam um título. As feições mudavam quando recebiam a erva. Era como um sustento ao ego insuflado de ares contestadores sem saber qual era o teor da contestação. Fumavam como se fossem auto-suficientes, autônomos e independentes. Lançavam a fumaça ao ar como uma forma de campeonato para ver quem é o maior contestador, o grande herói da gurizada, ou aquele que conduzirá ao cume da contestação e da ideologia morta que ninguém sabe qual é e nem onde vai dar, mas onde queremos ir mesmo? Ninguém sabe, o que sabem é que é 'cool' fumar maconha. E o mais interessante é que a banda toda fumava, como se fossem os "diferentes" e os "ás" do momento. Te conto isso por vários motivos, o primeiro é que eu estou de saco cheio desses roqueiros cheios de si por fumarem maconha, afinal de contas, fazem isso há 40 anos em shows de rock, já virou clichê. O segundo motivo é que naquela noite a banda fazia 'couvers' do RATM, coisa insuportável é ver uma banda sem identidade que copia os outros na forma de contestação. Chega de bandinhas 'fakes' contestadoras que fumam maconha. Era isso que eu tinha para falar para ti. Um abraço.

domingo, 4 de março de 2007

Me dá um cigarro?.. desculpa, mas só tenho esse!

Uma conversa aparentemente à toa. Nunca tinha visto, nem de ouvir falar. Fiquei surpreso, um tanto embasbacado, sem ter muito o que dizer, apesar de se ter muito o que conversar. A conversa fluiu, até meus interesses primeiros eu esqueci. Sem dar muita bola para uma possível segunda opção, eu resolvi dizer no impulso que gostei. Posso garantir que à primeira vista não fui arrebatado, não tinha intenções, nem uma fixação, por sinal é uma marca chata da minha parte. Começou se esquivando, conversando, conversando, conversando, parou de se esquivar, enfim, fiquei mais surpreso ainda com o bejio. A primeira cena não foi a mais marcante, foi até meio sem sal. Mas o roteiro do filme era muito bom, ainda bem que as pessoas dão pouco valor a filmes de qualidade impecável, elas geralmente tendem a menosprezar e acabam não dando o valor merecido. Eu, que já vi muitos filmes, posso afirmar que é o melhor roteiro de todos, com um ótimo argumento. É um filme que parece ter sido feito só para mim. Sinto como se o próprio filme me apresentasse coisas que eu não tinha imaginado sentir, coisas estranhas, do tipo "Carrie, a estranha". O filme tem olhos que atravessam minha cabeça e enxergam através de mim. Estou vivendo uma história com esse filme. Ele ainda não acabou e provavelmente demorará muito tempo, ele não se encaixa na classificação de curta, ou longa, não é nada igual. Estou feliz pelo filme e por o quanto minha vida mudou depois dele. Eu gostaria de assistí-lo depois de pronto em algum lugar do sul da América do Sul, pode ser na Argentina, ou derrepente no Chile, bom veremos futuramente.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Calor de Asfalto

É comum ir para Poa no final de semana e encontrar pouca gente pelas ruas. As praias devem estar cheias. Já fazia algum tempo que eu não visitava Poa e algumas pessoas que deveriam ser visitadas. Só não achei um tédio pelas pessoas, o resto foi xarope. Minha irmã mais nova acaba de casar, arrumar casa, comprar coisas, montar outras... Enfim, o velho destino da vida boa percorre o caminho das pessoas em direção a Poa. Concordo que não há lugar melhor no RS para encontrar bons shows, boa música e se satisfazer com toda a cultura que a cidade pode proporcionar. Tá certo que não percorri outros lugares, já estava acostumado com a Cidade Baixa. Querem saber? A Cidade Baixa para mim mixou de vez, não aguento mais aqueles barzinhos chatos frequentado por pessoas estúpidas e arrogantes, ou chatas e petulantes. Não que eu esteja colocando "todos no mesmo saco de lixo", alguns se salvam, mas aqueles passeios tranquilos são passado e eu estou ficando com cabelos brancos. A barulheira consome minhas palavras que saem ao vento e ninguém escuta, chega! Não sonho como sonhava antes. Mas minha irmã agora mora na José do Patrocínio e preciso ver ela, às vezes. Ela mora em um cubículo, mas é feliz, pelo menos isso. Eu vivo em um lugar que ainda me surpreende, e também sei que tudo isso vai me cançar um dia e eu terei que procurar outro lugar para morar.
Vamos ao sustento primeiro...

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Breve descanso...


Dias melhores estão vindo... Ninguém precisa me falar. Estou sentindo um cheiro achocolatado no ar. Eu e a Gi terminamos o artigo, dizem algumas boas almas que ficou muito bom. Outra coisa, a Gi tem muito talento. Bju para ela.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Nuvens...

As nuvens escondem o sol... ele não brilha mais.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Tô bem de baixo prá poder subir
Tô bem de cima prá poder cair
Tô dividindo prá poder sobrar
Desperdiçando prá poder faltar
Devagarinho prá poder caber
Bem de leve prá não perdoar
Tô estudando prá saber ignorar
Eu tô aqui comendo para vomitar

Eu tô te explicando
Prá te confundir
Eu tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar

Suavemente prá poder rasgar
Olho fechado prá te ver melhor
Com alegria prá poder chorar
Desesperado prá ter paciência
Carinhoso prá poder ferir
Lentamente prá não atrasar
Atrás da vida prá poder morrer
Eu tô me despedindo prá poder voltar

Tom Zé

domingo, 21 de janeiro de 2007

O linear se desmancha no ar.

Eu acredito em coisas lentas. Persisto por lugares calmos, a procura de algo pouco perene, afável, ácido, e ao mesmo tempo doce e áspero. O efêmero descarto logo de cara, apesar de às vezes me sentir bem com um porre rápido e desconcertante. Todo mundo desce ao inferno para tirar sarro do demônio, quem não arriscou-se? Duvido na linearidade, vejo o sobe e desce das montanhas, o mundo nunca foi linear. Todos somos compostos de curvas, altos e baixos. Ascensão e queda são palavras complexas mas tão fáceis de serem vividas. Dá até uma certa repulsa pensar que exista alguém que viva o tempo todo a linearidade. Não que ela seja ruim ou soberba, mas me incomoda o fato de alguém nunca perder o equilíbrio, ou nunca correr riscos. Não que à não-linearidade se remeta ao inconseqüente ou ao impulso rápido dos sentidos, mas a vontade de experimentar o novo. Experimentar tambáem nao significa trocar o certo pelo duvidoso ou ser rápido e fustigante ao ponto de não perceber o que se está experimentando. Significa sentir, olhar, ir pertinho, sentir o cheiro, provar o gosto - leve, sem pressa - mostrar que o gosto não se limita à coisas conhecidas e facilmente perceptíveis. Há algo, nota-se algo, tem alguma coisa estranha com o vento batendo na copa das árvores, no clarear dos dias, na chuva da noite, nos arrepios dos pelos do braço. Ainda assim, tudo continua calmo como as paisagens coloridas do Kurosawa. Uma calmaria de movimentos e falas com o sentimento intenso da dança flamenca. Viver o novo desperta para o surpreendente, o ver para crer. A mistura da calma com a intensidade gera um sabor genuíno, o gosto da descoberta. A surpresa e o sorriso no final do dia ao deitar a cabeça no travesseiro.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Realidade...

Santa Maria... cidade de vestibulandos, almas que passam, se acomodam e alçam vôo. Tudo é meio rápido por aqui, dura em média 5 anos... algumas almas penadas ficam vagando por mais tempo e outras por bem menos. Uns odeiam, outros amam, outros nem sabem o que querem.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Versos V

Tentei escrever um soneto
Minha amada leu e detestou
Pois eu não tinha noção
De como ver a simples perfeição

Ela

Pasmo por senti-la no ar
Pasmo por vê-la voar
Morto por nota-la sem dono
Calado por mentir para o próprio ego

Surge esbelta
Cresce feito rosa em chão pueril
Se mantém com meu olhar
Morre para nascer como melancolia

Noto meu cansaço
Ao segura-la em meu sonho
Ao persuadi-la para minha cama
Vem meu amor pois minha morte chegou.

Versos IV

Chupando o vento
Descobri o que estufa
Provando o mofo
Descobri o velho
Lambendo o escarro
Descobri o nojo
Tocando minha boca na sua
Descobri a morte

Versos III

Tuas curvas lembram meu paraíso
Onde quem mora não vai embora
Olho de tudo e você adora
Continuo vendo teu sorriso

Versos II

Decoro seu corpo como um mapa
Na minha cama o vejo
E meu acolchoado que o tapa
É descoberto pelo meu beijo

Versos I

Vejo teu seio
Escondo na minha mão
Espalha-se teu sabor por minha pélvis
Vejo seu púbis
Escondo com minha barriga
Enxergo sua bunda
A encosto na parede
Está feito o desatino

Dançando...ainda Tarantino.

Não tenho dançado ultimamente, mas tenho sonoras lembranças com Pulp Fiction. Acontece que agora o som não é mais Chuck Berry, mas Yeah, Yeah, Yeahs...e a música é Phenomena. Lá vai ela em um movimento corporal ofuscante, uma luz incrível. Vejo sua silhueta, sua forma corpórea, não há ninguém perto. Ela ofusca tudo, inclusive a mim. Ela vem em minha direção, não sei o que faço. Pronto, quando percebo estou dentro do Pulp Fiction novamente, não mais como Vincent Vega, mas como eu mesmo. Ela continua pisando leve como se não tivesse nada a segurando, parecia voar. Eu participando agora de tudo isso, fico em transe. Estou hipnotizado, mudo, agora não posso mais configurar minhas vontades, estou à mercê dela.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

A menina que não existe...

Eu estava sonhando com Pulp Fiction, sonhava que era Vincent Vega, meu cabelo remontava os sonoros tempos da minha adolescência cabeluda... não esperava por ninguém, apenas sentia um eflúvio qualquer, aproveitei, sei disso, mas não queria encontrara ninguém. Eu estava acompanhado, não era nítido para mim, não me via nela, apesar de ela ser uma ótima companhia, não nego, gostei do momento. Só que as vezes há situações em que exite uma luz....que ofusca qualquer outra...era o outro dia e a menina que não existia passeava por lá... mas ela ofuscou meus olhos , não vi mais nada só a luz dela...

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

MACONDO CIRCUS II


Final de ano...início do Caos.

No início Deus fez a luz... e eu tive a "sábia" idéia de criar um blog. Talvez seja estúpido da minha parte fazer uma associação. Explicarei-me melhor, se Deus criou o mundo, cada coisa no seu devido lugar, tudo bonitinho, cheiroso, limpo, agradável... ele também criou um ser para viver no espaço desse mundo com o mínimo de racionalidade possível, o "ser humano". Acontece que a única coisa que não entrouna máxima criada por ele para dar ordem a tudo foi o ser humano. A regra é "todo o efeito tem um causa", o ser humano não se encaixa nisso disse ele. Então depois da luz veio o Caos...e eu estou aqui para dar uma forcinha ao Caos... o mundo de Deus é o Cósmos, ele fez o Cosmos, mas nós colocamos o nosso dedo e criamos o Caos... Qual é o motivo de Deus não interferir nisso? Eu não sei, e se vocês souberem, me liguem, ou deixem uma mensagem no meu caótico orkut. Não é por isso que eu deixo de crer em um ser maior, que criou a terra, até porque eu me convenço em acreditar que Deus foi criado no fim do período helênico. Os cristãos do "novo mundo" construíram um Deus, que até hoje bate nas portas das nossas casas para pedir um dinheirinho.
A tarefa desse blog é semear o Caos.